Weimar conversava com as estrelas

Irmã relata como era Weimar Torres na sua infância, vivida até os 11 anos de idade em Ponta Porã

| REDAçãO


Weimar Torres, quando criança, tinha como um dos hábitos, conversar com as estrelas. Foi o que relatou uma das irmãs mais velha, de Weimar, Ivone Torres, em entrevista ao saudoso jornalista César Cordeiro, publicada na edição de 20/21 de abril de 2001 do O PROGRESSO. Na época, Ivone estava com 76 anos de idade e residia em Campo Grande.

O hábito de conversar com as estrelas, conforme contou Ivone, surgiu depois que a mãe de Weimar, Dionisia Torres,  falava para ele que nas estrelas habitava o Menino Jesus, o seu pai José e a sua mãe Nossa Senhora. “Sempre que meu irmão queria pedir alguma coisa ou simplesmente conversar com Deus, ficava horas se dirigindo às estrelas”, disse Ivone.

Ela também contou que o irmão tornava-se às vezes um menino “briguento”, pois exigia bastante de todos e acabava, de certa forma, discutindo com amigos e seus irmãos. Era “briguento”, como classificou sua irmã, porém, segundo ela, um menino pensador e cheio de sonhos. “Ele sonhava muito e pensava alto”, afirmou Ivone.

Weimar sempre foi uma criança muito vaidosa, conforme lembrou a irmã Ivone, dando muita importância a perfumes e roupas bonitas. “Ele ia ao Paraguai comprar perfumes importados, era uma criança que gostava de se vestir muito bem”, recordou Ivone.

Pelas recordações da irmã, Weimar Torres era apegado tanto à mãe, quanto ao pai. Uma das coisas que mais gostava de fazer era escrever. Por esta razão costumava acompanhar o pai, até à sede do jornal O Progresso, em Ponta Porã, onde ou a escrever poemas. “Meu irmão sempre gostou de escrever, mesmo com pouca idade era uma das coisas que ele mais gostava de fazer”, disse Ivone.

Quando Weimar Gonçalves Torres atingiu a idade de 11 anos, saiu de Ponta Porã para ar a estudar no ginásio da Escola Dom Bosco, em Campo Grande. “Quando ele estava no ginásio, como naquele tempo não existia telefone no Estado, costumava escrever frequentemente para a família, diferente do outro meu irmão, que não tinha este hábito”, relembrou Ivone.

As recordações de Ivone voltavam à tona, quando ela ia a Ponta Porã visitar a mãe Dionísia, que morava na mesma residência onde cresceram Weimar e mais quatro irmãos: Élia Torres, Ivone Torres, Galba Torres (que também faleceu vítima de acidente aéreo) e Maria da Glória.

O pai de Weimar era um advogado natural do Estado da Paraíba. A mãe era descendente de paraguaios.

 



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