Elder sonhava em ser pai e hoje encontra forças no filho para vencer batalhas após acidente

| DOURADOSNEWS / JESSICA BEATRIZ


Elder e o filho Heitor durante eio - Crédito: Arquivo pessoal

No Natal de 2019, Elder Souza, hoje com 29 anos, e a esposa Maira Lazarini, viviam um momento de alegria com a família, especialmente pela expectativa da chegada do primeiro filho do casal, Heitor. Um dos maiores sonhos de Elder, morador em Nova Andradina, era ser pai.

Em 25 de dezembro, em clima de comemoração, familiares saíram da propriedade da irmã de Elder e foram para um sítio de amigos. Foi nesse dia que a vida do pai de primeira viagem mudou totalmente.

Um tio de Elder pulou no rio antes e Maira lembra que, grávida de 5 meses, pediu para que ele não saltasse porque não queria filmar uma tragédia. E, infelizmente, foi o que aconteceu, Elder saltou e bateu com a cabeça em um banco de areia.

A partir daí, a vida do casal mudou completamente. Elder foi socorrido e diagnosticado com lesão medular na cervical número 4. Em março de 2020 começou a pandemia e o pequeno Heitor chegou no começo do mês de abril.

Por conta do acidente e da crise financeira devido a pandemia, o casal de comerciante fechou três lojas e mudou uma do centro para o bairro, onde os dois trabalham até hoje, principalmente Elder, porque Maira se divide entre o cuidado com o marido, filho e as ações sociais.

Apesar das batalhas enfrentadas, Elder diz que o filho é parte essencial nesse processo, “ele preenche demais a minha vida. Logo após a lesão ficava preocupado como ia ser, mas hoje em dia é só felicidade. Ele é muito importante nessa fase da minha vida”.

“Quanto eu tô com dor e olho pra ele sorrindo, vem brincar comigo. Nos dias que eu tô mal que ele chega da creche com aquele sorriso, com aquela alegria. Ajuda demais nessa fase de recuperação que eu estou, esqueço todos os momentos ruins”, comentou.

Aos domingos, quando só estão os dois em casa, aproveitam para fazer programas pai e filho. “Saio para pracinha ear, levo ele para ver os cavalinhos da rua. É um dia muito agradável. Eu achava que jamais ia conseguir fazer algumas tarefinhas só eu e ele, mas hoje em dia isso é possível”, comenta.

Em casa, os dois andam na cadeira de rodas, assistem desenhos juntos e brincam de 'lutinha'. No decorrer do tratamento, Elder ganhou um pouco de força nos braços e fortalece os movimentos com fisioterapia.

Questionado sobre os sonhos que tinha em relação ao filho Heitor, Elder conta que queria poder correr com ele, andar de moto, andar a cavalo, tomar banho no rio, fazer altas aventuras, porém, adaptou as expectativas a nova realidade. 

“Dentro da minha melhora possível, é poder carregar ele de carro, só eu e ele, andar distâncias mais longas sem tanta preocupação”, quanto ao fato de poder cair e precisar de alguém para auxiliar.

Grandão de pé

Maira conta que no início a ideia não era fazer nenhuma ação social para custear o tratamento de Elder. Por isso, a família vendeu carro, roupas e os móveis porque ficava na expectativa de que a economia melhoraria.

Entretanto, chegou um momento que precisaram comprar uma almofada específica para o marido e não tinham dinheiro. Pessoas próximas ao casal apoiaram para que começassem a fazer rifas, mantenedores e bazares para auxiliar nas despesas.

“A expectativa é colocar ele de pé, que ele consiga dar alguns os porque existe tecnologia mecânica pra isso hoje, porém, depende do corpo responder”. Para levantar verba, eles começaram uma ação nas redes sociais “Grandão de pé”. 

Em resumo, Elder precisa ar por uma cirurgia de baclofeno para diminuir os espasmos; uma cirurgia nos braços para ganho de movimento, assim como no caso das mãos; e eletrodos para ficar de pé.

Na rede social @lazarini.maira, o casal soma mais de 40 mil seguidores e compartilha a rotina diária de fisioterapia, cuidados com Elder, ações sociais, momentos em família e os “perrengues” da vida.



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