HU-UFGD promove encontro sobre dieta para indígenas

O objetivo foi desenvolver um cardápio para esses pacientes e seus acompanhantes de acordo com seus valores e hábitos alimentares

| ASSESSORIA


Com o objetivo de abordar as práticas alimentares das comunidades indígenas Guarani, Kaiowá e Terena em seus territórios, e analisar a necessidade de implementar alterações nos cardápios fornecidos aos pacientes e acompanhantes indígenas assistidos pelo hospital, ocorreu um encontro entre profissionais (nutricionistas, enfermeiros e residentes de nutrição com ênfase em saúde indígena) que trabalham diretamente com essas populações e profissionais do Hospital Universitário da Universidade da Grande Dourados (HU-UFGD), filiado à Ebserh.

Durante essa reunião, foram apresentados os resultados do Projeto de Extensão "Arandu Kunhã" em relação às questões alimentares discutidas previamente nas reuniões do Comitê de Saúde Indígena do HU-UFGD. O projeto é liderado pelas professoras Verônica G. Luz (Nutrição/FCS) e Catia Paranhos (Psicologia/FCH), ambas membros do comitê. No encontro, um ponto crucial foi que as mulheres indígenas expressaram que a dieta do hospital muitas vezes não está alinhada com seus valores e hábitos alimentares.

Foi debatida a viabilidade de realizar entrevistas com pacientes e acompanhantes no HU, com o objetivo de obter informações adicionais para adequar as dietas. Dessa forma, a dieta fornecida pelo hospital poderá se assemelhar mais àquela consumida em suas comunidades, buscando estabelecer uma conexão cultural mais estreita e proporcionar uma abordagem humanizada, respeitando sua cultura.

O estado de Mato Grosso do Sul, segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS), a população soma mais de 80.459 indígenas, sendo 68,5% da população localizada na região sul do estado onde o HU-UFGD é referência no atendimento. A população da região sul estão distribuídos nas cidades de: Amambai, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Antônio João, Bela Vista, Ponta Porã, Caarapó, Juti, Laguna Carapã , Naviraí, Dourados, Douradina, Itaporã, Rio Brilhante, Maracaju, Japorã,  Iguatemi, Eldorado, Sete Quedas, Paranhos  e Tacuru, sendo as etnias  predominantes guarani nhandevá (denominado Guarani), Guarani Kaiowá (denominado Kaiowá) e  Terena. Cada etnia possui conhecimentos sobre o corpo e a saúde, bem como práticas próprias para a produção de saúde e tratamento das doenças. 

O HU-UFGD é o terceiro do Brasil e o maior fora da região Norte em internação de integrantes da população indígena. Em 2022 foram internados 1.181 pacientes, o que representou um aumento de 19,29% em relação ao ano anterior, com 990 internações. Esses números representam 11,8% dos pacientes indígenas nos 10 hospitais brasileiros com mais internações deste público, segundo o DataSUS. No mesmo período, o número de consultas ambulatoriais para pacientes indígenas cresceu 35%, chegando a 605 atendimentos. O HU-UFGD é o terceiro hospital com maior número de partos de indígenas no País, com 544 atendimentos.

“O o das populações indígenas aos serviços especializados requer do SUS estratégias diferenciadas as quais considerem as especificidades sócio-epidemiológicas, culturais e operacionais dessa população, a fim de proporcionar ao usuário indígena um acolhimento integral, diferenciado e com equidade”, explica a enfermeira Luciana Comunian, integrante da Coordenação do Comitê de Saúde Indígena.

 

Sobre a Rede Ebserh 

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, istra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

 



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