Negacionismo: grupo musical douradense não fez apologia a crime e MP arquiva inquérito

| FOLHA DE DOURADOS


Redação –

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) arquivou o inquérito policial contra os membros do “Mafia Green Disk', grupo douradense formado em 2019 por Gabriel Braga Marques, o “Braga MC', e pelo primo Gustavo Ratier Marques, o “Ratier MC'.

O inquérito foi instaurado contra o grupo para investigar possíveis crimes de apologia ao crime, de ultraje a culto e de porte ilegal de arma de fogo, devido a música “Mafia Green Disk”, lançado em 09 de junho de 2021.

Para os denunciadores, a música divulgada por meio de várias plataformas de vídeos, redes sociais, fazia apologia ao crime e os integrantes do grupo deveriam responder pelos atos cometidos.

Contudo, o MPMS entendeu que o videoclipe estava amparado na liberdade de expressão de atividade artística, além da liberdade de opinião ou pensamento e, sendo assim, não caberia a punição contra o grupo de Trap.

“É o direito de exprimir o que se pensa. É a liberdade de juízos, conceitos, convicções e conclusões sobre alguma coisa. A constituição consagra a liberdade de manifestação do pensamento, sob qualquer forma, processo ou veículo, sendo vedado o anonimato e toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.”

A música “Pátria Corrompida' é uma canção criada no contexto da pandemia da Covid-19, na qual aborda as mazelas sociais da atualidade, tecendo críticas contundentes ao “desgoverno Bolsonaro', acusado de negacionista na gestão da pandemia.

A polêmica música transcende a questão da saúde pública em nível nacional e também mira as políticas públicas praticadas em Mato Grosso do Sul quanto aos indígenas. O grupo denuncia um suposto descaso com os povos originários.

Além disso, a música tece críticas na área de segurança pública, acusando a Polícia Militar do Estado de ser violenta.

Veja a decisão:



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