Com foco na proteção ambiental e desenvolvimento sustentável, o Governo de Mato Grosso do Sul lançou nesta quinta-feira (27) o Pacto Pantanal, maior programa de conservação já implementado no país. A iniciativa prevê investimento superior a R$ 1,429 bilhão até 2030, com ações integradas voltadas à melhoria da qualidade de vida das comunidades e à preservação do bioma Pantanal.

A proposta é transformar a realidade de quem vive no Pantanal, por meio de medidas que unam conservação ambiental, desenvolvimento econômico e infraestrutura essencial. O programa será executado nos próximos cinco anos, com projetos em áreas como saúde, educação, segurança, produção, prevenção a incêndios florestais e infraestrutura.

“Estamos construindo uma história de êxito para o Pantanal e para as pessoas que vivem ali. É um conjunto de ações com foco na preservação, mas que também pensa na melhoria das condições de vida da população local', destacou o governador Eduardo Riedel.

Durante o lançamento, foi instituído o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) – Bioma Pantanal, que irá remunerar produtores rurais, ribeirinhos e povos originários que contribuem historicamente com a preservação ambiental. A ação é considerada pioneira no Brasil e será financiada pelo Fundo Clima Pantanal, com aporte estadual de R$ 40 milhões por ano até 2030.

Segundo Alexandre Bossi, presidente da SOS Pantanal, a iniciativa é exemplo para o país. “Mato Grosso do Sul será o primeiro estado com pagamento de serviços ambientais no Pantanal, preservando 30% do bioma. É um modelo que deve inspirar outros estados.'

As ações previstas incluem a recuperação de bacias hidrográficas, restauração ecológica, implementação de práticas produtivas resilientes às mudanças climáticas e fortalecimento da governança territorial.

Outro eixo importante do Pacto Pantanal é a prevenção e combate a incêndios florestais. Foi assinado um decreto de emergência ambiental por 180 dias em razão da estiagem e risco elevado de queimadas. O Corpo de Bombeiros contará com investimento de R$ 34,8 milhões em 2025, além da instalação de 11 bases operacionais e 177 militares em atuação diária durante os meses mais críticos.

“Estamos preparados, com planejamento e pessoal treinado para agir com rapidez e eficiência', garantiu o comandante do Corpo de Bombeiros de MS, coronel Frederico Salas.

O programa também contempla ações como construção de escolas rurais, melhoria de estradas, pistas, aeródromos, saneamento básico e ampliação do o à água potável. Segundo o secretário Jaime Verruck (Semadesc), o plano tem ações imediatas e de longo prazo. “O objetivo é garantir um Pantanal produtivo, preservado e com qualidade de vida para sua população', disse.

O Pacto Pantanal conta com apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), representado no evento pelo ministro substituto João Paulo Capobianco. “O que Mato Grosso do Sul está fazendo é absolutamente inovador. Vai atrair investimentos, parcerias e mudar a relação entre produção e conservação no país', afirmou.

Segundo o governo estadual, a construção do programa envolveu diversos setores da sociedade sul-mato-grossense, incluindo ONGs, universidades e entidades do setor produtivo. “O Pacto Pantanal consolida o que foi iniciado com a Lei do Pantanal, e é fruto de muito diálogo com todos os segmentos envolvidos', concluiu o secretário-adjunto Artur Falcette.

O Pacto Pantanal é mais que um plano ambiental – é uma política pública de transformação social e econômica para garantir um futuro sustentável ao bioma mais preservado do Brasil.