Educação
UFMS: Licenciatura Intercultural Indígena é o 20º curso a receber nota máxima do MEC em 2025
| O PROGRESSO
O curso em Licenciatura Intercultural Indígena do Câmpus da UFMS de Aquidauana (aq) é o 20º curso da Universidade a receber a nota máxima na avaliação do Ministério da Educação (MEC) em 2025. O processo de reconhecimento considera a organização didático-pedagógica, o corpo docente e técnico-istrativo e a infraestrutura, com avaliação in loco do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Segundo a diretora de Avaliação Institucional, Heloísa da Costa, as avaliações externas do Inep são oportunidades para apresentar a qualidade dos cursos da Universidade. “Apresentarmos e evidenciarmos a qualidade dos nossos cursos, trazendo cada vez mais visibilidade aos cursos e à UFMS. Vale reforçar que todo processo avaliativo é formativo e, portanto, utilizado pela UFMS para crescimento, aprimoramento e fortalecimento dos cursos de graduação. Essa qualidade é construída a várias mãos, com a participação competente e comprometida de toda comunidade universitária da UFMS”.
A diretora do aq, Ana Graziele, comemorou a conquista tanto pela excelência e pelo comprometimento do time à frente do curso, quanto pelo fortalecimento da cultura indígena. “O conceito máximo é um indicador que reforça nosso principal resultado que é o impacto positivo nas comunidades indígenas. Nosso curso é o responsável por atualmente quase 100% dos professores que atuam nas escolas que estão nos territórios, serem professores indígenas, formados pela nossa UFMS. São indígenas formando outros indígenas e fazendo com que todas as pessoas que têm o à UFMS tenham uma melhor qualidade de vida, compartilhem e reverberem sua ancestralidade em todos os espaços”, ressalta.
O coordenador do curso, Paulo Baltazar, conta que recebeu a notícia da nota máxima com emoção. “Igualando com os outros cursos do Câmpus com a mesma nota, significou muito como coordenador indígena, que tem a mesma competência de um coordenador de curso não indígena, provando mais uma vez que somos capazes, quando muitas vezes somos julgados como incapazes. O conceito 5 prova tudo isso”.
Para o professor, o sucesso do curso também se deve à infraestrutura pensada para atender as necessidades dos estudantes e o acolhimento especial aos povos indígenas. “O Câmpus possui estrutura adequada para receber os estudantes indígenas na Universidade quando estão em aulas presenciais, utilizam o alojamento, copa, cozinha, área de convivência, quadra de esporte, entre outros. A estrutura foi importante para que eles permanecessem no curso, pois eles vêm de diversos territórios e de dez municípios distantes de Aquidauana”.
Segundo ele, a conquista da nota máxima representa a mudança na vida dos egressos da graduação. “A conquista significa muito, não somente para o curso, mas principalmente os egressos que mudam as suas vidas, de sua família, criam condições econômicas para o bem viver dentro da sua comunidade. O resultado desse acolhimento de entrada dos povos indígenas do Pantanal mudou muito as escolas indígenas nos territórios com a formação de professores. Atualmente, todos os egressos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena estão nas escolas como professores, coordenadores, diretores de escolas, e estão em outros espaços como nas coordenações locais da Fundação Nacional dos Povos Indígenas em diversas cidades, Secretaria Especial de Saúde Indígena, como lideranças indígenas, e nas secretarias de educação municipais e estaduais”, pontua Baltazar.
O coordenador aponta ainda que o conceito 5 também irá contribuir para atrair novos estudantes. “O curso sai fortalecido com a nota 5 que representa muito para as populações indígenas regionais e nacionais. Sendo coordenado por um professor indígena, empolga os indígenas e contribui com o maior número na procura dos ingressantes. O resultado significa que no cenário nacional, a UFMS é irada e reconhecida pelo atendimento dos povos indígenas”.
O curso de Licenciatura Intercultural Indígena do aq conta com 182 estudantes ativos e 13 docentes, sendo dois indígenas efetivos, um professor indígena doutorando e um voluntário. Desde a sua criação, formou 64 professores indígenas de diversos grupos étnicos como Terena, Kinikinau, Kadiwéu, Guató, Atikum e Ofae, todos pertencentes ao Território Etnoeducacional Povos do Pantanal.
Nota máxima
Em 2025, 20 cursos foram avaliados com nota máxima. Entre eles estão os bacharelados e as licenciaturas em: Ciências Sociais, da Faculdade de Ciências Humanas; Sistemas de Informação e Ciência da Computação, da Facom; Pedagogia, da Faculdade de Educação; Física, do Instituto de Física; Matemática, do Instituto de Matemática; Química, do Instituto de Química; Ciências Biológicas e Pedagogia, do Câmpus da UFMS do Pantanal; Letras – Português, do Câmpus da UFMS de Coxim; Pedagogia, História, Geografia, Letras – Português e Inglês e Licenciatura Intercultural Indígena do aq; Ciências Biológicas, Geografia, História, Matemática e Pedagogia, do Câmpus da UFMS de Três Lagoas. No ano anterior, outros 16 cursos também receberam o conceito 5 do MEC.
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