Brasil cobra investigação 'independente' de ações de Israel

Itamaraty divulgou nota em que critica governo Netanyahu. Nas últimas horas, 95 mortes foram registradas no território palestino.

| G1 / FILIPE MATOSO


Uma menina reage após receber uma refeição enquanto outros esperam em um ponto de distribuição em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, em 2 de junho de 2025. — Foto: Eyad Baba/AFP

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta quarta-feira (4) na qual voltou a condenar as ações militares do governo israelense na Faixa de Gaza.

Conforme a nota, ofensiva recente contra a Palestina deixou 'centenas de civis mortos e feridos', e foram registradas nas últimas horas 95 mortes em Gaza.

O Itamaraty também cobrou uma investigação independente sobre os recentes ataques ao território palestino.

A nota do Itamaraty foi divulgada um dia após o presidente Lula ter afirmado em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto que há um 'genocídio' em Gaza.

O petista também disse que o governo israelense precisa 'parar com o vitimismo'.

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta quarta-feira (4) na qual voltou a condenar as ações militares do governo israelense na Faixa de Gaza, e cobrou uma investigação independente sobre os recentes ataques ao território palestino.

Conforme a nota, ofensiva recente contra a Palestina deixou “centenas de civis mortos e feridos', e foram registradas nas últimas horas 95 mortes em Gaza.

“O Brasil [incentiva] a realização de investigação célere e independente acerca das circunstâncias em torno de ataques, com dezenas de mortes, em centros de distribuição de ajuda humanitária. São absolutamente inaceitáveis o uso da fome como arma de guerra e o emprego da violência contra civis em busca de alimentos', afirmou o Itamaraty.

“O governo brasileiro reitera seu apelo pela cessação imediata dos ataques israelenses contra a Palestina e sua população civil, incluindo mulheres, idosos e crianças', acrescentou o ministério.

A nota do Itamaraty foi divulgada um dia após o presidente Lula ter afirmado em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto que há um “genocídio' em Gaza. O petista também disse que o governo israelense precisa "parar com o vitimismo".

Lula foi questionado sobre uma nota na qual a embaixada de Israel disse, sem citar nomes, que autoridades pelo mundo “compram mentiras' do grupo terrorista Hamas – que controla a Faixa de Gaza – e, por isso, criticam as ações do governo de Benjamin Netanyahu .

Conforme a nota, o Hamas propaga notícias falsas para “influenciar a opinião pública mundial a seu favor' por meio de “eventos encenados, incidentes que não aconteceram e histórias falsas' para “alimentar o antissemitismo no mundo'.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, estimam em cerca de 60 mil o número de pessoas que já morreram desde o início do conflito.

Além disso, o governo de Israel tem bloqueado ou permitido somente a entrada parcial de ajuda humanitária, abaixo do que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima ser o necessário para atender à população.

Nesse cenário, o governo brasileiro tem feito reiteradas críticas à forma como Netanyahu conduz o processo, seja por meio de declarações do presidente Lula ou por comunicados oficiais divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores.



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