Comerciários de Campo Grandelutam por salários mais justos

| ASSESSORIA


Os trabalhadores do setor de gêneros alimentícios de Campo Grande seguem em luta por uma remuneração mais justa e digna. As negociações da Convenção Coletiva de Trabalho 2025/26 entre o Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande (SECCG) e os representantes patronais estão travadas devido à resistência dos empresários em conceder um reajuste que reconheça, de fato, o valor do trabalho desses profissionais.

Enquanto o SECCG mantém um piso salarial de R$ 1.830,00, para o comércio varejista, os empresários do setor de alimentos insistem em limitar os vencimentos a R$ 1.653,00 para seus colaboradores — praticamente o valor do salário mínimo nacional. Uma diferença de 12,5% entre o que querem pagar com o que já está em vigor num outro segmento do comércio critica o presidente do SECCG, Carlos Santos.

“Esse valor é inaceitável diante da importância dos profissionais que mantêm o setor em pleno funcionamento, inclusive aos finais de semana. É uma luta por respeito e valorização de quem está todos os dias garantindo alimento na mesa da população”, destacou o presidente.

O contexto econômico nacional reforça o pleito

O setor supermercadista no Brasil registrou faturamento de R$ 1,067 trilhão em 2024, equivalente a impressionantes 9,12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Esse desempenho robusto reflete a resiliência do segmento — que gerou mais de 9 milhões de empregos diretos e indiretos em todo o país — mesmo enfrentando inflação de 7,7% no setor de alimentos e bebidas. Com esse cenário, torna-se ainda mais injusto que os profissionais que sustentam esse crescimento recebam salários próximos ao mínimo nacional.

Condições de trabalho cada vez mais desumanas

A realidade desses trabalhadores vai além do valor do salário. A rotina é marcada por jornadas exaustivas, muitas vezes estendidas aos sábados, domingos e feriados. Grande parte desses profissionais não dispõe sequer de tempo para a família, um dos principais fatores que tornam o setor um dos que mais carece de mão de obra. “Muitos sequer têm o a um refeitório adequado, trabalham de pé o dia inteiro e ainda enfrentam metas abusivas. Não é justo que sejam tratados como números, quando são eles os verdadeiros responsáveis por fazer a roda girar dentro dos supermercados”, criticou Carlos Santos.

O dirigente sindical reforça que o piso proposto pela categoria está dentro da realidade econômica e deveria, inclusive, ser tomado como referência para avançar nas negociações. “O que propomos é um reajuste justo, que respeite ao menos a inflação acumulada e o esforço diário desses profissionais. Esperamos sensibilidade e bom senso dos empresários. O trabalhador de supermercado merece mais do que o mínimo”, concluiu.

O SECCG seguirá firme na defesa dos interesses da categoria, buscando apoio da opinião pública e denunciando qualquer tentativa de desvalorização desses importantes profissionais do comércio campo-grandense.



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